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Durante conferência do PT, Haddad contrapõe Gleisi e diz que déficit nas contas não faz economia crescer
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Haddad e a presidente do PT participaram de uma Conferência Eleitoral do partido com foco nas eleições de 2024. Nesta sexta, PT divulgou aviso no qual diz que o Brasil precisa se libertar da ditadura do BC 'independente' e do 'austericídio fiscal'.
- Por Camilla Ribeiro
- 09/12/2023 17h50 - Atualizado há 10 meses
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, divergiu neste sábado (9) da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, sobre a condução da política sobre as contas públicas.
Ambos participaram da Conferência Eleitoral do PT, em Brasília, com foco nas eleições de 2024.
Mesmo com a pressão da ala política do governo em contrário, o ministro Haddad manteve a posição, nos últimos meses, de zerar o rombo das contas do governo em 2024.
Para que isso aconteça o ministro está buscando R$ 168 bilhões a mais em arrecadação.
Ele avaliou neste sábado que o déficit nas contas públicas, com um maior volume de gastos, não aponta, necessariamente, que a economia irá crescer.
"As coisas não são automáticas. Nos oito anos de governo do presidente Lula, tivemos superávit primário de 2%. A economia cresceu 4%. Não é verdade que o déficit faz [a economia] crescer. De dez anos para cá, a gente R$ 1,7 trilhão de déficit. E a economia não cresceu. Não existe essa correspondência, não é assim que funciona a economia", afirmou o ministro Fernando Haddad.
A ministra é defensora de uma maior atuação do Estado para aumentar o estimulo da economia e de uma revisão para que as contas públicas tenham déficit no próximo ano, Hoffmann minimizou as diferenças entre ela e o ministro Haddad.
"A gente tem divergências e é normal a gente expor nossa visão e nossa forma de ver. Acho que o ministro Fernando Haddad está fazendo o papel dele com ministro da Fazenda, ele tem a visão dele e nós temos uma visão um tanto quanto divergente, que foi exposta de maneira muito tranquila e respeito", disse a presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
Segundo ela, seria necessária uma "presença maior de ações do Estado brasileiro" para levantar (a economia) em um cenário de queda do investimento privado e de juros básicos da economia ainda elevados.
Essas declarações foram dadas após o PT ter divulgado um comunicado, nesta sexta-feira (8), no qual avalia que não faz nenhum sentido uma pressão por arrocho fiscal, pressão que seria exercida pelo Banco Central.
"O Brasil precisa se libertar, urgentemente, da ditadura do BC 'independente' e do austericídio fiscal, ou não teremos como responder às necessidades do país", diz o PT, no documento.
Neste sábado, o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Nobre Guimarães (PT/CE), declarou que se for necessário que as contas públicas tenham déficit, isso será feito. "Senão, não vamos vencer as eleições de 2024",completou.